Mas Noel Rosa e sua verve afiada, suas três reprovações em História, por saber tudo o que se passava na política, despertou em mim a curiosidade em pesquisar o que ele queria dizer com as letras das músicas que escrevia e vi que ele tinha razão. A vida desse gênio durou pouco tempo. Essa situação me deu coragem para conhecê-lo melhor e entender a cabeça rica e irônica da época da tomada de poder por Getulio Vargas e como ele resolveu o problema da malandragem. Na época o malandro era um “caso de polícia” –ou seja – a polícia os maltratava. Portanto, o escravo-malandro não foi colocado numa morada digna, nem mandado para a escola. Pelo contrário, foi simplesmente largado, o que os fez procurar morar nos morros da cidade.
Conhecer Noel através do livro significa ler e interpretar suas obras da época conturbada do final da primeira Grande Guerra Mundial. O país tornou-se praticamente área de interesse da Alemanha e dos Estados Unidos – daí a inteligência de Noel em perceber a situação e escrever as letras de sua música.
Natal, homônimo de Noel, um rapaz rico, resolve deixar a casa dos pais em Copacabana e fixar residência na Lapa para viver toda a efervescência musical e principalmente subir o morro para conhecer melhor as músicas dos malandros. No cabaré Apolo, apaixona-se perdidamente por Margot, a amante de Rudy, um nazista convicto. Todos os seus amigos de estudo freqüentam o cabaré para apreciar os números musicais de Rudy e Margot. Mas Natal só quer curtir a paixão que sente por ela.
","bookFormat":"EBook","publisher":{"@type":"Organization","name":"Eloisa de Botton"}}