Vou escavando meu próprio caminho entre pedras herdadas e entulhos de ocasião. Recomponho-me e preparo o meu copo de reticentes retalhos de vinhos e uvas vespertinas, para o ensaio de um discurso de espanto no impacto da fiação em paredes clandestinas.
O vento respira um hálito venenoso ao redor de um ramo de roseira desfalecida. Aí dobra-se a cimitarra de um soldado mouro, abatido pela flecha de um tempo ocioso. Para onde recolhem-se as grandezas dos próceres, reside a boca do asilo renegado.
O feroz golpe repentino vem na espada e divide as camadas em subprodutos comuns, na exaltação da batalha reclusa nas sombras. O cerne que serve de suporte à edificação, sobrevive, mas o madeirame escolhido às pressas, sucumbe ao choque, impelidos com exatidão. PAULO MORAES","bookFormat":"EBook","publisher":{"@type":"Organization","name":"Editora Pasa Moraes"}}
Velocidade das Estrelas: (Poesia Surrealista)
Coletânia de o pemas surrealistas abordando temas diversos: intimismo, natureza, cotidiano...
Premonição
Vou escavando meu próprio caminho entre pedras herdadas e entulhos de ocasião. Recomponho-me e preparo o meu copo de reticentes retalhos de vinhos e uvas vespertinas, para o ensaio de um discurso de espanto no impacto da fiação em paredes clandestinas.
O vento respira um hálito venenoso ao redor de um ramo de roseira desfalecida. Aí dobra-se a cimitarra de um soldado mouro, abatido pela flecha de um tempo ocioso. Para onde recolhem-se as grandezas dos próceres, reside a boca do asilo renegado.
O feroz golpe repentino vem na espada e divide as camadas em subprodutos comuns, na exaltação da batalha reclusa nas sombras. O cerne que serve de suporte à edificação, sobrevive, mas o madeirame escolhido às pressas, sucumbe ao choque, impelidos com exatidão. PAULO MORAES