Concordemos todos: o perigo que é ouvir pássaros cantarem melodias alegres. O perigo que é! Felizmente, o muro serve de barreira, a floresta fica longe, e os ramos das árvores. Mas não sejamos desprevenidos. A música não é apenas, como muitos julgam, mera organização matemática de sons. Ou: Que bonito!, ou: Que horror! A música também é medicamento: pode a eficácia inata de um poderoso ansiolítico, ou guardar fortes propriedades vitamínicas. Daí alterar estados de ânimo, compassos cardíacos. Posto isso, colocam- se questões indispensáveis: Que música deve o Governo ouvir para se fazer mais forte, e irresistível? E que música permitiremos nós dar a todas as cabeças silvestres e corações toscos que nesta cidade abundam, para que não lhes cresça na boca a espuma de baba raivosa?