O autor Edson Soares se baseia em fatos reais ocorridos no Brasil, na época do Segundo Império, para retratar as torturas físicas e psicológicas pelas quais passavam os negros escravos que eram condenados à forca.
O livro aborda a polêmica sobre a pena de morte e o retrato de uma sociedade aristocrática, onde o trabalho servil era sua base de sustentação. O pensamento corrente da época era de que apenas o medo poderia atenuar uma possível revolta de escravos.
SINOPSE - Numa bela manhã do mês de maio de 1843, no interior da cadeia pública de uma pequena e provinciana cidade do Brasil Imperial, um jovem negro se prepara para morrer. Os soldados o ajudam para que ele fique limpo, bonito e bem apresentável. O dia de sua execução seria cheio de surpresas e compromissos oficiais. Enquanto isso, a forca já está montada na praça principal da cidade, a espera do condenado.
José da Piedade é um negro escravo analfabeto, ingênuo, que fala pouco e age como uma criança. Ele está preso e sentenciado à pena de morte por ter matado o capataz da fazenda onde trabalhava. Aparentemente ele se mostra insensível à aproximação de sua morte.
Conceição é uma vendedora de doces, escrava alforriada, que resolve contratar um jovem e inexperiente advogado (Pedro Ibarras) para livrar José da Piedade da forca. Conceição e Ibarras acabam se apaixonando e juntos vão enfrentar os preconceitos de uma uma sociedade racista e um sistema judiciário onde o negro era punido não pelo crime que cometeu, mas tão somente por sua cor e por sua condição de escravo servil. Um romance cheio de paixão, amor, aventura e denúncia sobre a condição do negro escravo no Brasil do Segundo Império.
TRECHO:
\"Um soldado gordo, disforme, de aspecto sórdido, cuidava de fazer a barba do prisioneiro. Olhei fixamente para o rosto do condenado coberto de espuma de sabão: chamava-se José da Piedade, tinha a pele bem negra, talvez tivesse vinte e cinco naquela época, de estatura mediana e corpo franzino. Ele sorria e parecia se divertir com os movimentos da navalha em seu rosto. Ria um riso cretino e infantil. O soldado gordo passou o sabão no cabelo encarapitado do detento e em seguida começou a raspá-lo com a navalha afiada\".","bookFormat":"EBook","publisher":{"@type":"Organization","name":"EDSON SOARES"}}