O que há de novo em O MANUSCRITO é a narrativa descontínua, como um de quebra-cabeças, envolvendo vida, morte, insanidade e esperança. Mas o que poderia se tornar pesado como proposta, revela-se leve e, muitas vezes, engraçado. Os personagens, sejam eles reais ou não, estejam eles presentes ou não — já que muitos apenas emergem aqui e ali por obra e graça de uma correspondência que costura o livro — vão aos poucos compondo um painel em que as mais variadas denúncias são feitas. O MANUSCRITO conta a história de Paulo Valadares, um escritor envolvido com uma misteriosa mulher. Gretta é uma presença nas entrelinhas, uma mulher misteriosa, que tanto pode existir como ser mera elaboração de Paulo.
Como musa inspiradora, no entanto, ela deixa muito a desejar. Critica e reclama, mas também se entrega: é mais amante que musa. O livro, independentemente da história linear de que também se ocupa, traz um foco de denúncias contra a inércia e paralisação nas quais, com freqüência crescente, nos sentimos aprisionados nos dias de hoje. São aqueles mistérios que permanecem indecifráveis no texto e na vida: nossa falta de controle sobre o curso dos acontecimentos, a incapacidade de se agir segundo a consciência, as hipocrisias inelutáveis. Em O MANUSCRITO, essas preocupações se revestem de importância, dado o enfoque narrativo voltado para as fronteiras que separam a morte da vida e da insanidade.","bookFormat":"EBook","publisher":{"@type":"Organization","name":"Record"}}
O manuscrito
O que há de novo em O MANUSCRITO é a narrativa descontínua, como um de quebra-cabeças, envolvendo vida, morte, insanidade e esperança. Mas o que poderia se tornar pesado como proposta, revela-se leve e, muitas vezes, engraçado. Os personagens, sejam eles reais ou não, estejam eles presentes ou não — já que muitos apenas emergem aqui e ali por obra e graça de uma correspondência que costura o livro — vão aos poucos compondo um painel em que as mais variadas denúncias são feitas. O MANUSCRITO conta a história de Paulo Valadares, um escritor envolvido com uma misteriosa mulher. Gretta é uma presença nas entrelinhas, uma mulher misteriosa, que tanto pode existir como ser mera elaboração de Paulo.
Como musa inspiradora, no entanto, ela deixa muito a desejar. Critica e reclama, mas também se entrega: é mais amante que musa. O livro, independentemente da história linear de que também se ocupa, traz um foco de denúncias contra a inércia e paralisação nas quais, com freqüência crescente, nos sentimos aprisionados nos dias de hoje. São aqueles mistérios que permanecem indecifráveis no texto e na vida: nossa falta de controle sobre o curso dos acontecimentos, a incapacidade de se agir segundo a consciência, as hipocrisias inelutáveis. Em O MANUSCRITO, essas preocupações se revestem de importância, dado o enfoque narrativo voltado para as fronteiras que separam a morte da vida e da insanidade.