Taro Aizu observa …ele observa…e guarda na memoria…e ele recorda a sua cidade, Fukushima que já não lhe pertence …o césio está por todo o lado…uma presença invisível…não se cheira…não se sente…mas ele está logo ali…e ele domina a sua cidade e os seus campos de arroz, as suas praias e as suas crianças …
Taro Aizu pensa…ele pensa…e ele não opta pelo silêncio…ele sabe que o silencio em Fukushima mata.
“Onde estás, minha terra natal?”, chora Taro. E as lagrimas dele são também nossas.
E então choramos todos também :
“Onde estás, nossa terra natal?
Onde estás,Fukushima?”
Nessas lagrimas que todos derramamos, nós soltamos a nossa tristeza e frustração.
Porém, Taro tem uma certeza.
Ele sente…ele sabe que um dia Fukushima será dele novamente…será das crianças sem dosímetros…dos campos de arroz sem césio…dos mares azuis…das praias já não desertas.
E Taro compartilha connosco essa sua certeza.
E nós sentimos que valeu a pena.
Como diz o grande poeta português Fernando Pessoa : “tudo vale a pena ,quando a alma não é pequena”.
Fukushima, meu amor. Obrigado, Taro Aizu.
Paulo Duarte Filipe
Faro, Portugal
31 de Janeiro de 2013
4","bookFormat":"EBook","publisher":{"@type":"Organization","name":"会津太郎"}}