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Memórias - II
"De muitos nem já sei o nome. Passaram no tropel dos mortos. Ficou-me um olhar impresso, o calor da tua mão na minha mão. Mais nada. Como te chamas tu? Por mais esforços que faça, não me lembro. Entre nós interpôs-se esta coisa monstruosa que se chama o tempo. Se soubessem a pena que isto me faz! Mortos! mortos para sempre, morta comigo a vossa ternura, para toda a eternidade! Só estes três fantasmas se chegam mais para mim: – Tu, que fazes que não vens? – Nem eu sei o que espero para me juntar a vós. Esta companhia doirada de todo o Inverno, que ali se consome no lar, já não basta para me aquecer. Preciso doutro lume, que só vós me podeis transmitir. Nem eu sei o que espero para sentir meu coração mais perto do vosso coração, agora que a vida me ensinou que a ternura é a melhor coisa da vida."