O tempo invadiu a minha idade e levou meu nome. Foram-se os dias sem seus trajes de domingo. A segunda-feira impertinente invadiu a semana com as ferraduras faiscantes de seus cavalos ligeiros.
O território urbano ficou cheio de meses inaugurados, cobertos com um verde final, ilimitado e espaçoso. Foi assim que dezembro invadiu o verão com as praias e fecundou o ventre das areias de calor e mormaço.
Os raios crepitantes do Sol invadiram as pegadas e a identidade migratória da borboleta perpétua. No interlúdio entre o Crepúsculo e a Aurora, as borboletas esticam a realidade até o limite.
O verão invadiu a brevidade do espelho desabitado com ilusões de sinistra textura e súbito violeta. E como era dezembro, o Sol invadiu a penumbra sem deixar testemunhas ou um vestígio sequer. PAULO MORAES","bookFormat":"EBook","publisher":{"@type":"Organization","name":"Editora PASA MORAES"}}
HÁLITO DE JASMIM: (Poesia Surrealista)
"O Trigo no Espelho" e outros poemas
O tempo invadiu a minha idade e levou meu nome
O tempo invadiu a minha idade e levou meu nome. Foram-se os dias sem seus trajes de domingo. A segunda-feira impertinente invadiu a semana com as ferraduras faiscantes de seus cavalos ligeiros.
O território urbano ficou cheio de meses inaugurados, cobertos com um verde final, ilimitado e espaçoso. Foi assim que dezembro invadiu o verão com as praias e fecundou o ventre das areias de calor e mormaço.
Os raios crepitantes do Sol invadiram as pegadas e a identidade migratória da borboleta perpétua. No interlúdio entre o Crepúsculo e a Aurora, as borboletas esticam a realidade até o limite.
O verão invadiu a brevidade do espelho desabitado com ilusões de sinistra textura e súbito violeta. E como era dezembro, o Sol invadiu a penumbra sem deixar testemunhas ou um vestígio sequer. PAULO MORAES