Todas as visões dormiram nos nossos olhos em abolidos tempos. Correram pelos nossos ouvidos palavras, soluços e cânticos. No capítulo em que se aborda a questão religiosa, os mortos regressam surpreendidos e me vejo diante da minha madrinha de batismo, devota fiel de Dom Vital, a vociferar contra a maçonaria. Mas não foi só o conflito religioso do século XIX que me impressionou. Tudo é velho e novo e só o tempo não tem idade. O homem viverá com as lembranças do passado, mas será sempre novo, mesmo além de sua vontade. Assim é que tomamos conhecimento da preocupação de D. Pedro II com a economia, um monarca intelectual, humano e compreensível envolvido por problemas familiares e seguimos seus passos para ver de perto o que restava das reservas de minérios; das considerações sobre a saúde e o ensino médico no Brasil; de como aconteceu um duelo, cujas armas eram pistolas, que fez com que Isaías Pascoal regressasse prematuramente ao Brasil no navio que levava a comitiva do imperador, interrompendo o estágio de medicina que realizava em Paris; do Conde Gobineau, que aqui chegou como Ministro da França enviado por Napoleão III, com a ideia de influenciar o imperador para desenvolver uma raça pura a partir de estudos publicados sobre eugenia; a saúde de D. Pedro II e suas viagens à Europa para tratamento, cujos médicos, brasileiros e estrangeiros, discordavam em relação ao diagnóstico; o atentado contra a vida do imperador; do complô da ilha Fiscal; de acontecimentos desfilados ao longo das quase trezentas páginas que a gente lê de uma sentada.","bookFormat":"EBook","publisher":{"@type":"Organization","name":"Editora Livro Rápido (PE. Brasil)"}}