Nalguns casos, talvez o colector se veja perante textos que configuram um novo cancioneiro popular. Mas a verdade é que também a designação “cancioneiro” parece cada vez mais problemática. A relação da palavra e da música que a justificou, e que justifica a sua associação a outras designações abrangentes ou específicas como “cantigas”, “cantares”, “cantos”, “canções”, ou ainda “modas”, “modinhas”, e até “trovas”, e até “quadras”, só afecta hoje uma pequena parte – importante, sem dúvida – da poesia popular oral. Evidentemente que poderá haver sempre pertinência no uso metafórico do “cancioneiro”; mas a poética oral e popular canta cada vez menos salvo nas inúmeras canções que o comércio e a indústria discográfica mais do que a criatividade vai propondo ou impondo às comunidades, e que às vezes nem se dizem “populares” porque se dizem “pop”.","bookFormat":"EBook","publisher":{"@type":"Organization","name":"Edições Vercial"}}