Neste contexto encontramos uma nova “personagem”, uma inusitada “figura histórica”, nem somente humana nem natural, mas artificial – atuante, decisiva, impactante, transformadora das realidades e das vidas vividas e que se desenvolve em velocidade espantosa: a tecnociência e de cujas façanhas dependem, cada vez mais, o conjunto de todos os seres, humanos ou não, do planeta.
Aparentemente, não temos destino senão no horizonte da tecnociência. Não encontraremos soluções reais, seja para os males sociais, seja para os ambientais, senão no horizonte da pesquisa e do desenvolvimento tecnocientífico.
Este trabalho insere-se em um projeto teórico mais amplo que tem como objetivo colocar em questão as relações entre técnica e poder e estudar as possibilidades políticas republicanas no horizonte da nova tecnopolis globalizada.
Está reunido neste livro um conjunto de ensaios que problematizam a situação e a teoria política no contexto da sociedade tecnológica contemporânea. Eles giram como piões, associam, reproduzem e interconectam conceitos e ideias, mas podem ser lidos separadamente, pois são inteiramente independentes: A construção da ágora virtual, Uma megalópolis intercriativa, A república digital e World wide polis, não são senão variações sobre um mesmo tema.
Eles procuram, portanto, responder a um mesmo próblema: quais são os efeitos profundos – antropológicos – e transformadores na e da vida política contemporânea e, principalmente, quais são as implicações conceituais dessas mutações imprevistas e imprevisíveis no âmbito da filosofia social e política contemporânea, desencadeados pela emergência do ciberespaço? Que levam a tantas outras questões cruciais: que subjetividades políticas estão emergindo a partir destas novas intercriações humano-maquínicas? Quais são as apropriações e as possíveis apropriações no domínio da arte e da governança política nos processos de auto-instituição coletiva na polis global contemporânea? Que transformações na ordem das relações de poder estão se processando e qual a sua grandeza e profundidade? ","bookFormat":"EBook","publisher":{"@type":"Organization","name":"Editora Nova Harmonia"}}
A República Digital - poder e política na sociedade tecnológica
A condição humana talvez nunca tenha sido tão dramática e contraditória quanto à atual. As questões ético-políticas nunca se mostraram tão radicais, complexas e angustiantes. Não apenas os graves problemas de injustiça, de miséria e violência social, mas também os de preservação ambiental colocam em questão o conjunto dos sistemas político-econômicos globais dominantes e os desafiam a apresentar soluções dignas de crédito.
Neste contexto encontramos uma nova “personagem”, uma inusitada “figura histórica”, nem somente humana nem natural, mas artificial – atuante, decisiva, impactante, transformadora das realidades e das vidas vividas e que se desenvolve em velocidade espantosa: a tecnociência e de cujas façanhas dependem, cada vez mais, o conjunto de todos os seres, humanos ou não, do planeta.
Aparentemente, não temos destino senão no horizonte da tecnociência. Não encontraremos soluções reais, seja para os males sociais, seja para os ambientais, senão no horizonte da pesquisa e do desenvolvimento tecnocientífico.
Este trabalho insere-se em um projeto teórico mais amplo que tem como objetivo colocar em questão as relações entre técnica e poder e estudar as possibilidades políticas republicanas no horizonte da nova tecnopolis globalizada.
Está reunido neste livro um conjunto de ensaios que problematizam a situação e a teoria política no contexto da sociedade tecnológica contemporânea. Eles giram como piões, associam, reproduzem e interconectam conceitos e ideias, mas podem ser lidos separadamente, pois são inteiramente independentes: A construção da ágora virtual, Uma megalópolis intercriativa, A república digital e World wide polis, não são senão variações sobre um mesmo tema.
Eles procuram, portanto, responder a um mesmo próblema: quais são os efeitos profundos – antropológicos – e transformadores na e da vida política contemporânea e, principalmente, quais são as implicações conceituais dessas mutações imprevistas e imprevisíveis no âmbito da filosofia social e política contemporânea, desencadeados pela emergência do ciberespaço? Que levam a tantas outras questões cruciais: que subjetividades políticas estão emergindo a partir destas novas intercriações humano-maquínicas? Quais são as apropriações e as possíveis apropriações no domínio da arte e da governança política nos processos de auto-instituição coletiva na polis global contemporânea? Que transformações na ordem das relações de poder estão se processando e qual a sua grandeza e profundidade?