Wikilivros

A Alma Nova

I Eu poucas vezes canto os casos melancolicos Os lethargos gentis, os extasis bucolicos E as desditas crueis do proprio coraäào; Mas nào celebro o vicio e odeio o desalinho Da muza sem pudor que mostra no caminho A liga Þ multidào. A sagrada poesia, a peregrina eterna, Ouvi dizer que soffre uma affecäào moderna, Uns fastios sem nome, uns tedios ideaes; Que ensaia, presumida, o gesto romanesco E, vaidosa de si, no collo eburneo e fresco, Pñe cræmes triviaes! Oh, pensam mal de ti, da tua castidade! Deslumbra-os o fulgor dos astros da cidade, Os falsos ouropeis das cortezàs gentis, E julgam jÞ tocar-te as roäagantes vestes Ñ deusa virginal das coleras celestes, Das graäas juvenis! Retine a canäoneta alegre das bachantes, Saudadas nos wagons, nos caes, nos restaurantes, Visñes d'olhar travesso e provocantes pæs, E julgam jÞ escutar a voz do paraiso, Amando o que ha de falso e torpe no sorriso Das musas dos cafæs

OBTER EBOOK
OBTER EBOOK

Leia

<< Barcos no Porto do Funchal entre 1811 e 1815

Guerreiros da esperança: Onze crianças e o sonho de que a educação mude suas vidas >>